domingo, 28 de novembro de 2010
Pensar alto
A fuga das galinhas
cmjornal
Um gestor vale mais do que quem salva vidas e cria (vários tipos) de riqueza como um médico ou um cientista? Qual é o dom especial que possuem para que ganhem muito mais que todos os outros?
Não se sabe. Mas essa ignorância não altera os rendimentos.
Mesmo que os resultados empresariais derivem de uma extensa cadeia. Mesmo que todas as empresas devam ter um papel social. Pois é. Os nossos trabalhadores são dos mais mal pagos da Europa, mas os gestores são dos mais bem pagos. Um gestor alemão recebe dez vezes mais que o trabalhador com o salário mais baixo na sua empresa. O britânico 14. O português 32. Mas, segundo um estudo da Mckinsey, Portugal tem dos piores gestores. Logo, quando se fala em reduzir direitos e salários, a quem nos devemos referir? Lógico? Não. Dizem que os bons gestores escasseiam e é necessário recompensá-los. Senão, fogem do país. Ok. Então, é simples. Se são assim tão poucos, ide. Não serão significativos na crescente percentagem de fuga dos cérebros que estavam desempregados/explorados. Depois, contratem-se gestores alemães ou ingleses. Por lá, não rareia tanto a qualidade. Estão habituados a discutir não só ordenados mínimos como ordenados máximos. E sempre são mais baratinhos.
Joana Amaral Dias, Docente universitária
— Predomínio ou influência dos pedantes ou dos medíocres ambiciosos.
(De pedante+gr. krátos, «força» +-ia)
http://www.infopedia.pt/pesquisa-global/pedantocracia
— Predomínio dos pedantes no governo da nação.
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx?pal=pedantocracia
E o novo ano que chegava interrogava o ano velho.
— "Fale-me agora do povo", pedia o novo ano. E o velho:
— “É um boi que em Portugal se julga um animal muito livre, porque lhe não montam na anca; e o desgraçado não se lembra da canga!”
— "Mas esse povo nunca se revolta?" insistia o ano novo, espantado.
E respondia o velho:
— “O povo às vezes tem-se revoltado por conta alheia. Por conta própria, nunca" E uma derradeira questão:
— "Em resumo, qual é a sua opinião sobre Portugal?"
E a resposta lapidar do ano velho:
— "Um pais geralmente corrompido, em que aqueles mesmos que sofrem não se indignam por sofrer”.
Este diálogo deve-se a Eça de Queirós. O mesmo Eça que escreveu sobre o Portugal de então: "O povo paga e reza. Paga para ter ministros que não governam, deputados que não legislam (...) e padres que rezam contra ele. (...) Paga tudo, paga para tudo. E em recompensa, dão-lhe uma farsa"
Estávamos repito, em 1872.
Estamos obviamente a falar do povo português. Esta "raça abjecta" congenitamente incapaz de que falava Oliveira Martins. Este povo cretinizado, obtuso, que se arrasta submisso, sem um lamento, sem um queixume, sem um gesto de insubmissão, tão pouco de indignação e muito menos de revolta. Um povo que se deixa conduzir passivamente por mentirosos compulsivos como Sócrates ou Passos Coelho ou por inutilidades ignorantes como Cavaco Silva, não merece mais que um gesto de comiseração e de desdém. É vê-los nas televisões, por exemplo, filas e filas de gente acomodada, cabisbaixa, servil absurdamente resignada, a pagar as estradas que a charlatanice dos políticos tinha jurado "que se pagavam a si mesmas"! Sem qualquer tipo de pejo e com indisfarçável escárnio, o Estado obriga-os a longas filas de espera para conseguirem comprar e pagar o aparelho que lhes vai possibilitar a única forma de pagar as portagens que essa corja de aldrabões agora no poder, se lembrou de inventar! E eles passam a noite inteira à espera, se preciso for. E lá vão depois, bovinamente, de chapéu na mão, a mendigar a senha redentora que lhes dará o "privilégio de serem esbulhados electrónica e quotidianamente pelo Estado”. Um povo assim não presta, não passa de uma amálgama amorfa de cobardes. Porque, se esta gentinha "os tivesse no sítio" recusar-se-ia massivamente a pagar as portagens. E isso seria o suficiente para que os planos governamentais ruíssem como um castelo de cartas. Mas não. Esta gente come e cala. Leva porrada e agradece. E a escumalha de medíocres que detém o poder, rejubila e escarnece desta populaça amodorrada e crassa que paga o que eles quiserem quando e como eles o definirem. Sem um espirro de protesto, sem um acto de revolta violenta, se preciso for. Pelo contrário. Paga tudo, paga para tudo. Sem rebuço, dóceis, de chapéu na mão, agradecidos e reverentes, como o poder tanto gosta. E demonstram-no publicamente, disso fazendo gala. Como eu vi, envergonhada a imagem de um homenzinho ostentando um sorriso desdentado e exibindo perante as câmaras da TV o aparelhinho que acabara de pagar, como se tivesse ganho uma medalha olímpica,
Esta multidão anestesiada espelha claramente o pais que somos e que, irremediavelmente, continuaremos a ser - um pais estúpido, pequeno e desgraçado. O "sítio" de que falava Eça, a "piolheira" a que se referia o rei D. Carlos. "Governado" pelas palavras "sábias" de Alípio Severo, o Conde de Abranhos, essa extraordinariamente actual criação queirosiana, que reflecte bem o segredo das democracias constitucionais. Dizia o Conde: "Eu, que sou governo, fraco mais hábil dou aparentemente a soberania ao povo. Mas como a falta de educação o mantém na imbecilidade e o adormecimento da consciência o amolece na indiferença, faço-o exercer essa soberania em meu proveito...” Nem mais. Eis aqui o segredo da governação. A ilustração perfeita com que o rei D. Carlos nos definia há mais de um século: "Um país de bananas governado por sacanas". Ontem como hoje. O verdadeiro esplendor de Portugal.
Jornal de Barcelos
Luís Manuel Cunha (Professor)
27-10-2010 - Sinais dos Tempos - Jornal de Barcelos
sábado, 27 de novembro de 2010
A ler até ao fim! pq se não foste tu, podias ter sido, o que esperas?
Aparentemente, passámos de um destino de navegadores a clientes de segunda de alfaiatarias, uma, dos anos 50 da Rua dos Fanqueiros, outra ainda mais miserável, de um gajo "licenciado" nas Novas Oportunidades, que se deslumbra com tecidos que lhe assentam francamente mal.
Vou ser breve e introduzir já a frase com que se deverá concluir este texto: chegámos ao tempo em que é preciso fazer cortes, mas não nos salários e sim em certas cabeças.
O Sr. Aníbal de Boliqueime, com a sua corja de Ferreiras do Amaral, de Leonores Belezas, de Miras Amarais, de Dias e Valentins Loureiros, de Duartes Limas, do Eurico de Melo, de Durões Barrosos e tantos outros nomes do estrume que já se me olvidaram, inaugurou o derradeiro ciclo de declínio de Portugal, quando vendeu o Estado a retalho e permitiu que os Fundos, que nos iam fazer Europeus, fossem fazer de forro de fundo de bolsos de gente muito pouco recomendável. A apoteose dessa desgraça teve vários rostos, as Expos, do ranhoso Cardoso e Cunha, e a mais recente, o BPN, onde estavam todos, 20 anos depois, refinados, enfim tanto quanto o permite o refinamento da ralé e isso custou ao Estado um formidável desequilíbrio, que a máquina de intoxicação feita de comentadores de bancada, de ex-ministros que tinham roubado e queriam parecer sérios e de carcaças plurireformadas, de escória em suma, que há muito devia estar arredada do palco da Opinião, nos fez crer ser uma "Crise".
Depois veio a outra "Crise", a Internacional, cozinhada em Bilderberg e que se destinava, como se destinará, a criar um Mundo mais pobre, de cidadãos mais miseráveis, cabisbaixos e impotentes. Nem Marx sonhou com isso: é mais Asimov, Orwell e uns quantos lunáticos de ficção científica reciclada em Realidade e vamos ter nós, os intelectuais, de prever e preparar as novas formas de reagir contra esse pântano civilizacional. A seu modo será uma Idade do Gelo Mental e Social minuciosamente preparada, para a qual aviso já, não contem comigo.
Como na Epopeia de Jasão, depois do miserável Cavaco, vieram os Epígonos, os "boys-Matrix" do Sr. Sócrates, um Matrix de Trás os Montes, o que já de si, cheira a ovelha, animal que só estimo naquela classe de afectos que São Francisco de Assis pregava e nada mais. Podem chamar-se o que quiserem, Pedros Silvas Pereiras, a Isabel Alçada a aquecer os motores para substituir o marido na Gulbenkian mal ele se reforme; a mulher a dias do Trabalho e aquele pequeno horror chamado Augusto Santos Silva, que parece uma barata de cabelos brancos. Esta gente toda convive connosco, quer-nos levar ao abismo e fala da inevitabilidade de "cortes".
Eu também estou de acordo: toda a frota de carros da Administração Pública deve ser vendida em hasta pública — pode ser aos pretos da Isabel Dos Santos que adoram essas coisas... — e passe social L123, para todos os Conselhos de Administração com fedor de Vara, Cardona, Gomes, ou Zeinal Bava. Os gabinetes imediatamente dissolvidos e os assessores reenviados para os centros de reinserção social, para aprenderem o valor do Trabalho e não confundirem cunhas com cargos; os "Institutos" de quem o Vara era especialista e o Guterres, num súbito fulgor de não miopia chamou "o Pântano"; os "off-shores"; a tributação imediata de todas as especulações financeiras com palco português, feitas em plataformas externas; a indexação do salário máximo, dos tubarões, aos índices mínimos das bases, enfim, uma espécie de socialismo nórdico, não o socialismo da treat, inaugurado pelo Sr. Soares e transformado depois nesta fase terminal em esclavagismo selvagem pela escória que nos governa.
Acontece que, se os Portugueses sentissem que estavam a ser governados por gente honesta e tivesse acontecido um descalabro financeiro, prontamente se uniriam, para ajudar a salvar o seu pequeno quintal. Na realidade, a sensação geral é a de que há ao contrário, um bando de criminosos, inimputáveis, que se escaparam de escândalos inomináveis, de "Casas Pias", de "Freeports", de "BPNs", "BPPs", "BCPs", "Furacões", "Independentes", "Hemofílicos", "Donas Rosalinas", "Noites Brancas" e tanta coisa mais, que dispõem de um poder de máfia e associação tal, que destruíram a maior conquista do Liberalismo, a separação dos Poderes, tornando o Judicial uma sucursal dos solavancos políticos, do rimel das Cândidas e das menos cândidas, das Relações e das relações dos aventais, das "ass-connections" e das Opus, enfim, de uma Corja, que devia ser fuzilada em massa, que roubou, desviou, pilhou e agora, vem tentar sacar a quem tem pouco, muito pouco, ou já mesmo nada.
Somos pacíficos, mas creio que chegou a hora de deixarmos de o ser.
Pessoalmente, não tenho armas, mas já escolhi alguns alvos.
Curiosamente, se pudesse, nem seria um Político aquele que eu primeiro abateria, seria uma coisa, uma lêndea, um verme pútrido, chamado Vítor Constâncio, que julga que por estar longe, fugiu da alçada de um qualquer desvairado que se lembre de ainda o esborrachar com o tacão.
Infelizmente ou felizmente, nem sou violento, nem tenho armamento em casa, porque é chegada a hora, não dos cortes no bem estar de quem tem pouco, mas nas cabeças que provocaram ao longo de décadas, o imenso horror em que estamos.
Toda a gente lhes conhece os rostos e suponho que será unânime na punição.
Por muito menos, há quase 100 anos, deitou-se abaixo um regime cuja corrupção era uma brincadeira ao lado do que estamos a presenciar.
Não tenho armas, digo, mas menti, porque de facto, tenho uma e que é a pior de todas, o Dom da Palavra e acabei esta noite de voltar a tirá-la do bolso.
Espero que vos faça acordar.
terça-feira, 23 de novembro de 2010
A ESCUMALHA DA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
CUSTA CENTENAS DE MILHÕES DE EUROS
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Segundo diz o deputado Ricardo Gonçalves: os deputados são dos que perdem mais dinheiro com as medidas de austeridade apresentadas pelo Governo.
Sustentar 230 deputados e respectivas comitivas, custam aos contribuintes em vão centenas de milhões de euros.
Votarem 10, 30, 100 ou mais de um partido é o mesmo que votar apenas 1. Todos votam de conformidade com o partido e não por voto de consciência. É isto que é definido como Democracia?
Se votarem os 230 deputados de todos os partidos ou votar apenas o líder de cada partido, a percentagem de votação é idêntica. Infelizmente, se a constituição fosse alterada e a AR fosse eliminada ou reduzissem a menos de um terço o número total de deputados, os tachos para políticos seriam muito menos e havia muitos boys de todos os partidos desempregados. Meus caros cidadãos, isso Jamais!
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se não fosse deputado não era ninguém
Um deputado, ministro ou secretário de estado colocar uma placa à entrada das suas instalações indicando as suas funções temporárias, é um acto de vaidade ridículo, ou quem sabe, vender os seus serviços como político. Na realidade compreendo.
Mas, Exmo. Senhor Deputado Paulo Barradas, acredito que o senhor tem estilo para ir longe na vida. Quem sabe se dentro de mais algum tempo, o senhor não remove a placa actual e coloca a placa:
Primeiro-Ministro
Partido Socialista
Com um pouco de sorte, se conseguir vender bem os seus serviços como político, poderá até ser nomeado executivo de um banco ou de uma das maiores empresas público-privadas, criadas para os rapazes obedientes dos partidos, e obter um ordenado milionário, prémios independentes de lucros ou prejuízos e benefícios vitalícios.
Não sabe de gestão? Não é problema.
Quem passou pelo governo e criou ligações poderosas tem o futuro garantido.
Como disse o seu colega, o deputado Ricardo Gonçalves, que com as medidas de austeridade impostas pelo governo do seu próprio partido PS, os deputados são os que mais perdem dinheiro. Por isso, nos tempos difíceis que todos enfrentamos, compreendo a necessidade do deputado Paulo Barradas colocar uma placa informando publicamente o seu cargo.
Quem sabe se poderá vender favores políticos.
Nome Completo : Aurélio Paulo da Costa Henriques Barradas
Data de Nascimento : 02-01-1963
Habilitações Literárias
Licenciatura em Humanidades
Mestrado em História e Cultura Medieval Portuguesa
Frequência de Doutoramento em História Medieval
Profissão
Professor do Ensino Secundário
Cargos que desempenha
Deputado na XI Legislatura
Cargos exercidos
Membro da Assembleia Municipal de Lamego
Chefe de Divisão do Complexo Desportivo de Lamego (IDP)
Deputado na X Legislatura;
Comissões Parlamentares a que pertence
Comissão de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas
Comissão de Educação e Ciência [Suplente]
Comissão do Ambiente, Ordenamento do Território e Poder Local [Suplente]
http://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Paginas/Deputados.aspx
http://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Paginas/Biografia.aspx?BID=2183
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Tentar explicar o que são e como são praticadas as chamadas "técnicas de manipulação mental" numa sociedade quase totalmente controlada e manipulada como a nossa, não é tarefa fácil.
Felizmente, o livro escrito pelo advogado e psicólogo Marco Della Luna, juntamente com o neurologista Paulo Cioni vem em nosso auxílio.
Afirmar que a nossa sociedade - como estruturada - é uma verdadeira gaiola mental, imediatamente agita os paladinos e os defensores dos direitos civis, que apresentam palavras como "liberdade" e "democracia", procurem imediatamente acalmar todos e, em particular, as consciências deles.
Talvez não entendem.
Talvez fingem de não entender que belas palavras como "liberdade" e "democracia" não significam muito e são exploradas pelo establishment económico-financeiro, apenas para dar a ilusão de não estar numa gaiola.
"Ninguém é mais escravo de quem pensa ser livre sem sê-lo." Johann Wolfgang von Goethe
Dizer às pessoas que são prisioneiras dum sistema é perigoso e contraproducente, porque pode desencadear motins e rebeliões, enquanto convencer os prisioneiros de ser livres e numa democracia, eliminar todas as formas adversa e qualquer tentativa de fuga.
O título de um livro do jesuíta Anthony de Mello ["Mensagem para um águia que acha ser uma galinha", NDT] a este respeito é interessante, porque se uma águia, que poderia facilmente voar livre no céu, cresce com a convicção de ser uma galinha, permanecerá sempre dentro do galinheiro. Seria capaz de voar, mas esse potencial (castrado pela sociedade) permanecerá latente para o resto da sua vida ou pelo menos até o "despertar"
Tinha compreendido esta ideia Edward Bernays, técnico de Propaganda, que no seu ensaio Propaganda em 1929, explica como foi apenas o advento das formas democráticas de governo e da chamada liberdade do indivíduo, juntamente com a industrialização, a produzir a necessidade (por parte da política e da economia) de governar, isso é, manipular o pensamento e o comportamento das massas, como eleitores e como consumidores.
É por isso que hoje a manipulação mental tornou-se uma ciência e uma tecnologia, na qual se investe mais dinheiro do que em qualquer outro campo da psicologia. E não só, a manipulação é essencial na vida diária e na estrutura do mundo em que vivemos.
Em tal cenário, onde a liberdade e o conhecimento são cada vez mais ameaçados, é essencial conhecer as ferramentas do ataque. Só com o conhecimento podemos defender-nos.
Mas dar forma a quê, se não a consciência?
Sem surpresa, todas as grandes ditaduras começaram sempre com o controlo dos meios de comunicação (os media), para moldar as mentes e as consciências das pessoas.
Hoje a maioria da comunicação não pretende fornecer uma informação objectiva, mas a influênciar a psique, sobre os gostos, as decisões dos indivíduos, dos consumidores, dos investidores, dos eleitores, etc.
A totalidade das pessoas, educadas na passividade da televisão e na preguiça mental desde a infância, não desenvolve a capacidade de manter a atenção de forma autónoma, se não está envolvida emocionalmente. Os manipuladores sabem isso muito bem e para transmitir as informações (comerciais, políticas, económicas, etc.) mantêm viva a atenção das pessoas actuando directamente na emotividade. Isto é chamado de entretenimento.
O paradoxo é que são as mesmas pessoas que pedem para ser entretidas e informadas e obviamente, o sistema satisfaz o pedido: informa (à sua própria maneira) através do entretenimento.
A importância dos media, como já mencionado, é enorme. Para efeitos de governação, particularmente nas sociedades baseadas no consenso, é essencial limitar, mas também de controlar e orientar a informação, a construção da representação ilusória do mundo da qual depende a produção e a gestão de consenso.
A informação por estes motivos é muito controlada: poucas agência de notícias, rigorosamente de propriedade privada e bancária, fornecem informações para quase todos os media (jornais, telejornais, rádio e internet).
O relaxamento é a mais simples das condições mentais para aumentar a sugestibilidade.
Este estado pode ser induzido ao fazer que as pessoas se cansem fisicamente e mentalmente, ou com tarefas e discursos repetitivos ou com a distracção proporcionada pelos estímulos eróticos e/ou sexuais (bonitas mulheres semi-nuas que apresentam um programa ou vendem um produto, etc).
A música também desempenha um papel importante, porque pode ser muito doce para fazer sonhar ou pelo contrário, atordoar com o uso de ruídos ou sons violentos.
Se uma audiência relaxada (na frente da televisão) for alvo duma história com alguns conteúdos (a clássica história que vemos nos programas de entretenimento), obtemos a indução de um transe, em que é fácil fazer sugestões e em seguida, instalações mentais.
A distracção é sem dúvida, a estratégia príncipe implementada por meio da comunicação de massa.
Tecnicamente, ao distrair a atenção consciente (daí a acção do hemisfério cerebral dominante) duma pessoa empenhada em algumas actividades ou distraída com notícias e informações que são absolutamente inúteis, deixa o subconsciente (o hemisfério não-dominante) desprotegido, possibilitando a instalação de imagens fascinantes, notícias, histórias, etc.
Tudo o que é transmitido pelos media (televisão, jornais, rádio), sob o controle capilar que existe, é total distracção em massa.
As câmaras e os holofotes são centradas em questões totalmente "inúteis" para nós (a casa do partido no poder, os ciganos, os estupro, os crimes, os assassinatos em família, etc.), mas muito funcionais para o sistema, que desta forma não fornece as informações reais.
Enchem por assim dizer, a programação dos media para encher os nossos cérebros com o lixo, as fofocas, as bobagens e as outras amenas idiotices.
Quando o limite for atingido, já não há espaço para as coisas importantes.
Cada establishment serio tem o seu arsenal de meios de dominação, cujo objectivo final é conseguir compliance, isso é, respeito e obediência, conformação do povo.
Dominar os outros significa obter compliance, mais ou menos voluntária.
Claro, melhor se voluntária, obtida através da manipulação (ilusão, persuasão, intimidação ou condicionamento), ao invés de imposta pela força (ditaduras, golpes de Estado).
Atingir as crianças para forma-las e condiciona-las está na agenda de cada Estado, liberal ou totalitário e democrático.
Habituar as crianças, por meio da execução de ordens repetidas ao longo dos anos pelos professores, a seguir as ordens das autoridades; a gratificação sistemática, a ausência de regras e comparações com a realidade, acabam por formar criaturas incapazes de auto-disciplina, totalmente dependentes e incapazes de se organizar.
Essas crianças serão os adultos corruptos e dependentes do exterior e portanto, mais facilmente manipuláveis.
Nas escolas, por um lado o ensino das disciplinas fundamentais é projectado para impedir a formação duma própria visão geral (história e ciência são dois exemplos triviais), por outro lado a tentativa é que as novas gerações não possam ter dúvidas de que o sistema de poder é democrático e legítimo.
A este respeito, o linguista americano Noam Chomsky escreve:
A conformação e o ensino do povo nos Estados Unidos é o exemplo perfeito. O dia "estrelas e listras" começa com o hasteamento da bandeira, continua com a execução do hino nacional, as orações colectivas e as exaltações patrióticas.
Toda esta "democracia" e "liberdade" do povo tornam os EUA surpreendentemente, o País mais provocador de guerra do mundo!
É óbvio que a escola não pode ensinar a verdade porque a verdade faz os homens livres!
Não surpreende portanto, encontrar nos actuais livros escolásticos comentários sobre as propriedades extraordinárias dos alimentos geneticamente modificados (OGM), e como estes irão resolver a fome mundial. Este é a mais pérfida e destrutiva propaganda do regime: ao fazer crescer as crianças de hoje com tais falsidades (facilmente demonstráveis) será muito mais fácil influencia-las como adultos, e este é apenas um exemplo banal.
A nossa sociedade deve ser composta não de homens livres, mas duma massa de trabalhadores-consumidores-eleitores na base, e dum pequeno grupo ou camada superior de líderes, jovens empresários, políticos e banqueiros.
Só estes últimos são levados a um nível privilegiado de conhecimento que lhes permitam continuar a dirigir a sociedade e manter o poder estabelecido.
Para fazer lançar luz sobre a manipulação mental e como esta é aplicada, é necessário ter conhecimento das principais funções do nosso cérebro.
O cérebro é formado por dois hemisférios: direito e esquerdo.
Ambos processam e analisam os mesmos dados, a diferença é que o hemisfério esquerdo processa de forma linear ou sequencial, o direito processa os dados simultaneamente. Não só o direito fica calado (o centro da linguagem é para a esquerda) e deve contar com o hemisfério esquerdo para obter explicações racionadas, com vista às decisões a serem tomadas em função do material (imagens, sons, etc.) processado a cada momento; praticamente tudo tem de passar pela esquerda.
Crescemos com a convicção de terem nascido com um certo número de neurónios e que estes morrem lentamente sem voltar a nascer. As últimas descobertas da neurociência, pelo contrário, afirmam que os neurónios estão continuamente a formar novas sinapses, dissolvem as sinapses velhas e de forma modesta, no cérebro são formados novos neurónios, especialmente em certas partes do cérebro.
Este facto importante significa que a aquisição de novos conhecimentos, habilidades, comportamentos (por exemplo, aprender um poema, tocar piano, etc.) é possível também pela formação de novos circuitos e com um verdadeiro desenvolvimento das relativas áreas do cérebro.
Assim, aprender coisas novas, não só treina o cérebro, mas também cria e desenvolve zonas cerebrais. Por outro lado, ignorar essas faculdades, é produzido o declínio.
O nosso cérebro é capaz de processar uma quantidade incrível de informação: mais de 400 biliões de bits por segundo, mas estamos conscientes de apenas 200 bits.
Na prática, estamos cientes de meio bilionésimo do que acontece e chega ao nosso cérebro!
Deste ponto de vista, podemos, com algum esforço e empenho, exercitar e cultivar a capacidade intrínseca de estar conscientes em todos os momentos da vida, ou com preguiça, deixar que o encéfalo fique atrofiado.
Toda a indústria do entretenimento e da diversão (discotecas, álcool, drogas, etc.) trabalham duro para tornar agradável esta lenta mas inexorável atrofia e por outro lado, a política da escola tende a torna-la legítima aos olhos dos mais jovens.
Tudo isso porque uma população de indivíduos hetero-dirigidos (atrofiados no cérebro e na consciência) é muito mais manejável do que uma população de pessoas auto-dirigidas.
Outra importante coisa necessária para entender o quadro geral é que a maioria das coisas que fazemos nas nossas vidas de manhã à noite, são realizadas inconscientemente. Ao faze-las, não só não estamos conscientes de ser conscientes, mas não estamos sequer cientes de faze-las.
Este processo incrível será esclarecido com o exemplo das compras nos supermercados.
Em resumo: o nosso inconsciente grava e elabora muitos mais dados dos pelos quais estamos cientes; o processo de elaboração verbal, de raciocínio, de coordenação motora, sensorial enquanto estamos a falar (ou escrever ou conduzir ou tocar piano ou jogar futebol) não só é totalmente ou quase totalmente subconsciente, mas também é imensamente mais rápido da consciência.
Se é verdade, como é verdade, que noventa por cento do que fazemos é tratado de modo inconsciente, pôr as "mãos" nesta parte escura da nossa mente significaria ter um enorme poder de controle ...
Outra estratégia intimamente ligada à questão do controle, é a enorme campanha mediática que infunde um sentimento de impotência. Uma verdadeira operação planeada que por um lado, está a habituar à sensação de sentir-se impotente, e do outro dessensibiliza a violência, desactivando qualquer reactividade emocional.
Como é que tudo isso é implementado?
Com o bombardeio de imagens e notícias violentas (assassinatos, massacres, destruição, brutalidade), sem nenhuma intervenção e/ou mudança para acabar com isso.
Porquê?
Uma vez habituados a aceitar a ilegalidade, a deterioração, o roubo, o crime, a insegurança do território, os gangues, a imigração selvagem e assim por diante, vistas como coisas inevitáveis e sem solução, ao mesmo tempo não temos espaço para pensar e reflectir, pois somos alvos de intermináveis tarefas extenuantes: tributação, subsídios, impostos, taxas, imposto de selo, revisão da caldeira, do carro, etc. ao ponto que não é possível para nós entender o que realmente está a acontecer e em particular, não podemos organizar-nos em conformidade.
A sensação de impotência, por meio da comunicação de massa, está a afectar a sociedade ocidental de maneira capilar, as pessoas já estão completamente apáticas e sem vontade de mudar.
Porque devemos mudar nós mesmos e as nossas vidas se não vemos a luz? se as expectativas são totalmente pretas?
Isso no entanto, congela e paralisa as consciências de milhões de pessoas, totalmente à mercê do Sistema.
Já vimos anteriormente que a escola está estruturada para condicionar, socialmente e culturalmente as crianças.
Temos de perceber que já na primeira infância são criadas falsas crenças acerca da realidade, os aspectos que mais nos afectam (relações com os Pais, as figuras de poder das quais dependemos).
Do ponto de vista psicológico, estes são sistemas falsos, censurados, distorcidos, não conformes com a própria realidade, com o fim adaptativo de evitar o sofrimento e conflitos com certos aspectos da realidade, fazendo-nos viver numa realidade subjectiva alterada, tornada compatível com as necessidades e as defesas da nossa psique e com a exigência de manter o acordo com as pessoas das quais dependemos.
Algumas práticas de manipulação, envolvem (se bem projectadas, é claro) estes mecanismos, as distorções e remoções que são os seus produtos e, especialmente, os campos do medo, da agressividade e do sexo.
Os manipuladores (que podem ser religiões, seitas, marketing e política) constroem com isso o adepto, o cidadão, o consumidor, o trabalhador.
Após as figuras do poder dos pais, sucedem ou são associadas as políticas, governamentais, judiciais, mas também os "testemunhos" da publicidade!
A publicidade comercial nasce nos Estados Unidos na década de 20 para produzir, dirigir e apoiar a procura de bens e serviços produzidos em massa pelas fábricas.
Em seguida, desde os meados da década de 50, a produção de bens excede em muito a procura, pelo que a publicidade começou a induzir as pessoas a massificar o consumo, criando verdadeiras necessidades.
Tudo isso para vender produtos.
Mais tarde, chegou a altura em que a produção excede o poder de compra, o rendimento. Esta situação é extremamente grave, do ponto de vista social e económico, porque os investimentos feitos para a produção estão em risco, porque a produção não vai ser comprada.
Daí o risco dum colapso sistémico e, portanto, o nascimento das formas para expandir o poder de compra, ampliando o acesso aos cartões de débito e crédito!
Nos anos 90, a comercialização torna-se "one-to-one": a personalização dos produtos e dos serviços, permitido pela tecnologia electrónica, consente de "seguir" cada cliente de forma que os estímulos sejam pessoais e direccionados.
Estamos a falar de publicidade personalizada, bem representada no filme de ficção científica "Minority Report".
O marketing publicitário, seja dum medicamento ou dum alimento, é sem dúvida o mais implacável e certamente mais científico sistema de condicionamento mental.
O objetivo é convencer-nos a comprar um produto.
Para a análise das reações e o estudo da psique, além dos testes verbais, o marketing de hoje tem um rico arsenal de ferramentas biofísicas (frequência e amplitude das ondas corticais, frequência cardíaca e respiratória, o consumo de oxigênio, a resistência da pele, tônus muscular, vasoconstrição periférica, etc.) capaz de medir o nível de excitação e atenção do sujeito.
A neurociência, neste contexto que podemos chamar neuromarketing, descreveu que a área do cérebro importante para a decisão (de comprar) é o córtex pré-frontal mediano.
É comum pensar aos anúncios da televisão ou dos jornais, como um clássico anúncio duma empresa.
Nada de mais errado.
Cada palavra, cor, carácter, frase, imagem, logótipo, pessoa usada, aos nossos olhos destreinados pode parecer acidental, mas não aos neurocientistas.
Esses especialistas (psicólogos, psiquiatras, sociólogos, neuro-psiquiatras, etc.), muito bem pagos, não apenas criam publicidade, mas verdadeiros condicionamentos capazes de produzir determinadas associações ou humores no espírito dos destinatários, ou seja, nós consumidores.
Frequentemente nas imagens publicitárias ou de propaganda são colocados "embeds", isso é, palavras ou imagens evocativas ocultas, não óbvias, não captados pela mente consciente, mas considerados captáveis pelo inconsciente.
Muitas vezes, essas palavras ou imagens escondidas, são estímulos sexuais: palavras como "sexo", "sex" ou imagens de órgãos sexuais, mulheres nuas, orgias associada ao produto anunciado.
Por um lado, para facilitar as decisões de compra e por outro, para desviar e portanto melhor controlar as massas. Interferir na sexualidade das pessoas (como em muitas religiões) é uma maneira segura e eficaz de agir sobre as camadas profundas da psique!
Se isso parece impossível, as palavras do Dr. Lechner sobre o que fazem alguns psicólogos e psiquiatras no contexto do alcoolismo, podem parecer ficção científica.
Sob o pretexto de ajudá-los a libertar-se da dependência do álcool, colectam informações acerca de pesadelos e alucinações que os pacientes experimentam, em particular quando param de tomar álcool, e as usam para planear a publicidade do álcool, com o pressuposto criminoso de evocar através das imagens angustiantes a necessidade de ingerir álcool!
Outra técnica "doce" de conquista sedutora consiste em induzir a crença de que a nossa liberdade está em perigo e que devemos tomar decisões rápidas.
"Estás satisfeito? Passa a Quattro Salti", diz a pubicidade televisiva.
Traduzido: "Concordas com a limitação às tuas aspirações de comer bem? És um idiota a fazer isso, porque podes satisfazer-las, livre dos limites, ao passar para Quattro Salti!".
A publicidade certamente não quer aumentar a nossa liberdade, mas restringi-la, levando a comprar um produto. Fazer pensar ao sujeito que a decisão deve ser dele e só dele, é um truque eficaz para predispor a decidir como desejamos que decida, no entanto deixando a ilusão da liberdade.
A vertente central da psicologia do marketing são os factores decisório: Motivational Research, pesquisas motivacionais.
A neurociência sabe que os homens não estão conscientes do porque eles fazem muito do que fazem. É por isso que as pessoas, achando o contrário, respondem ao estímulo condicionado do símbolo e não à qualidade real.
A publicidade, a técnica motivacional enfoca a manipulação dos símbolos.
Os consumidores são conquistados por sugestões sem lógica, não pela qualidade ou eficácia do produto, e essa é a lógica de marcas (produtos, muitas vezes medíocre, mas vendidos a preços elevados, por força duma marca-símbolo, exclusiva e só por alguns).
O sentimento de culpa relacionado com o prazer do consumo, como o tabaco, o álcool, os doces, dificulta o consumo e deve ser combatido, por exemplo, associando-o com valores positivos (como o médico que fuma, os nomes de álcool de protesto político "Fidel", "Cuba Libre", "calor da família" para a doçaria, etc ..)
Comparado ao produto artesanal, o bem da produção em massa é espectacularizado transforma-lo num símbolo.
Os supermercados, não surpreendentemente, são os lugares de concentração dum enorme poder de aprovação simbólica, isso é, um enorme poder de condicionamento da mente.
Dois terços das compras feitas em supermercados são desnecessárias e determinadas no local, sob a influência de estímulos locais, num estado psico-fisiológico alterado.
Foi estabelecido por uma pesquisa da DuPont Corporation, em 1954.
De facto, uma pessoa no supermercado é muito indefesa no que diz respeito à manipulação e às mentiras, e fica numa espécie de armadilha psicológica, que pode ser melhorada adicionando música e estímulos olfativos.
Entre todas as categorias de consumidores, as mais vulneráveis são as crianças, nas quais é fácil "instalar" necessidades, afiliações e hábitos.
Além disso, as crianças são muito mais ansiosas para coisas novas e menos capazes de resistir aos impulsos. São o elo mais fraco da família e o marketing aposta neles para incentivar os pais a desembolsar o dinheiro.
Com as crianças é mais fácil provocar ondas da moda que levam ao consumo de produtos relacionados e com funções diferentes.
A publicidade mira a mudança da paisagem cognitiva, a visão de mundo, dos valores, dos riscos e de vida, basicamente a publicidade é a fábrica da criação das necessidades imaginárias e de modas!
São mensagens que actuam abaixo do limiar da consciência, por isso são perceptíveis.
A visão humana só pode perceber a imagem dum filme se esta estiver presente em pelo menos 12 fotogramas. A Coca-Cola foi a primeira a inserir sequências de fotogramas mais curtas, com conteúdo da propaganda nalguns filmes.
Resultado: os espectadores expostos a esse tipo de publicidade consumiam 39% a mais de Coca-Cola.
Em 1978, em vários supermercados americanos, eram difundidos através dos altifalantes e com nível sonoro aparentemente inaudível, mensagens que convidavam a não roubar. Resultado: os roubos diminuíram 36%.
O presidente Gianni Agnelli, numa carta aos accionistas da Fiat, falava sobre mensagens subliminares com os quais "sonorizar" e odores estranhos com os quais "aromatizar" os estabelecimentos para aumentar a produtividade e "melhorar" a relação entre empresa e trabalhadores .
Também a frequência específica tem importância. Foi descoberto que as palavras de alguns pregadores da televisão estão acoplados a uma frequência de 7 Hz.
A frequência do "vibrado" parece ter um efeito sugestivo e alterante do nível de consciência e da capacidade crítica. Outra frequência crítica está perto dos 3,5 Hz, isto é, a frequência de ressonância do crânio humano.
Na década de 70 foi descoberto que a música pode induzir a secreção de substâncias opióides (encefalinas, beta-endorfina, etc.) que têm um significativo efeito sobre a psique, eufórico e anestésico. Assim, a música pode induzir falta de concentração e de consciência.
Também a televisão estimula a secreção das mesmas substâncias.
Uma iniciativa pouco aceitável como uma guerra, uma lei, uma tributação, etc. pode ser tornada menos pesada com uma denominação falsa mas semanticamente "boa", aceitável (luta contra o terrorismo, a democratização, libertação, segurança colectiva, a reestruturação, guerra humanitária, mísseis inteligentes, etc.) e repetida de forma persistente e continuada.
A repetição duma mensagem ou duma publicidade, se fôr repetida, se acontecer várias vezes ao dia, pode fazer absorver o conteúdo, as implicações da mensagem como se fossem factos comprovados, mesmo que seja verdade o contrário ("as armas de destruição maciça de Saddam, "as torres gémeas e Bin Laden", etc ..)
Da mesma forma, ao aplicar denominações odiosas, repulsivas (anti-semita, negador do Holocausto, revisionista, anti-sionista, terrorista, etc.) podemos obter o efeito oposto, de modo a atingir, deslegitimar, criminalizar acções, pessoas, ideias.
O princípio é sempre o mesmo: os input tendem a criar esquemas inconscientes nas pessoas.
Isso explica porque as crianças são criadas e educadas desta maneira.
Através da repetição sistemática e obsessiva das sugestões específicas, das actividades, das experiências; uma forma precisa de conceber a realidade, a nação, a história, a identidade, etc,
Crescer e repetir ou ouvir repetir dezenas de milhares de vezes estas mensagens, certamente afecta o nível emocional, de identidade e de cognição na construção do que depois será percebido como "real", "provado".
Pensamos na nossa sociedade, onde cada canal tem a sua série popular, apenas para fazer um exemplo, onde a polícia e a magistratura desenvolvem uma acção eficiente, incorruptível, no interesse dos cidadãos, enquanto a realidade apresenta uma criminalidade cada vez mais fora de controle e instituições cada vez menos eficientes.
Propaganda no seu melhor.
Consiste em impôr, por vários meios (ensino, televisão, etc.) de não utilizar frases ou conceitos, e de usar outras em substituição, geralmente mais vagas, imprecisas.
"Cego", "preto", "inválido", "varredor de rua" ou "homem do lixo" não soam bem, muito melhor "invisual", "negro", "diversamente hábil" ou "operador ecológico".
Mas para quê tudo isso?
A inibição da utilização linguística e conceitual, a formulação de certas dúvidas (Shoah, responsáveis pelo 11 de Setembro, etc.) é adequada para implementar nos jovens um sentido de proibição, de culpa em relação ao pensar em certas coisas, portanto educa a uma auto-limitação do pensamento.
Finalmente, um empobrecimento expressivo implica um empobrecimento conceitual!
Quem quiser manipular uma pessoa, para induzi-la a comprar algo ou para dobrar a sua resistência a qualquer acção de persuasão, precisa de entregar muitos e novos estímulos para que a córtex pré-frontal trabalhe e fique cansado.
Depois tem de submerge-lo com dados, dogmas, slogans, etc. (como funciona a televisão) para que fique ainda mais exausto; e desta forma, o córtex pré-frontal deixa as rédeas do cérebro aos circuitos do cérebro límbico, mais primitivo e emocional, portanto, mais impressionável e vulnerável.
O córtex pré-frontal é afectado por produtos químicos tóxicos que podem danifica-lo, tais como drogas, álcool, toxinas de alimentos, mas também por fortes emoções, privação do sono, stress cronico; e uma dieta rica em gordura animal pode tornar as pessoas mais vulneráveis perante manipulações externas.
Ironicamente, dar às pessoas a liberdade de levar uma vida desregulamentada, não natural, torna mais fácil cancelar a liberdade mais profundamente do que seria possível sem aquela permissão.
A assim chamada "doutrina de choque e pavor" passou a ser aplicada numa escala global.
Ao colocar as pessoas e populações inteiras em estado de choque, é possível produzir o seu consentimento para uma mudança, alterar leis, restringir liberdades, etc.
O exemplo das Torres Gémeas, das leis repressivas e das guerras que ocorreram depois deste acontecimento é espectacularmente evidente.
Exploram o elemento surpresa e de terror como um enorme factor de distracção e paralisia de massa, inibidor das possíveis reacções e resistências.
O choque é muito genérico e pode ser produzido a partir de catástrofes naturais (epidemias, terramotos, pandemias, etc.), factos económicos (recessões, crises, crash da bolsa, falências, etc.) e políticos (guerras, golpes de Estado, etc.).
Um exemplo são os dias de "matrícula alternadas" para o mero propósito de economizar energia.
A ordem gera nas pessoas alarme e a preocupação de não poder usar o próprio carro, de perder este importante recurso, e cria um forte desejo de aceitar fortes e injustificados aumentos do preço do combustível, apenas para mantê-la!
Outro exemplo da doutrina do "choque e pavor" podem ser apagões que afectaram o País há alguns anos atrás, e cujas soluções seriam as centrais nucleares.
Esse caso também se enquadra no chamado modo de estratégia "problema-reacção-solução".
Tendo em mão a solução (as centrais nucleares), é criado o problema (o black-out) e aguarda-se a reacção (quase sempre emocional) das massas, que aceitam de bom grado qualquer proposta de solução para evitar o inconveniente.
O debunking, ou descrédito, é uma forma de manipulação que consiste no refutar, no desmontar, teorias e informações que vão contra o pensamento oficial dominante. Ou desacreditar quem fala dessas teorias e informações.
O debunker (a pessoa que prática debunking) ataca a contra-informação com mensagens simples, discursos, principalmente a um nível emocional, com "golpes" dirigidos para o inconsciente, ao invés da lógica.
Estes ataques não têm como alvo o conteúdo, as ideias, mas o objectivo é desacreditar a fonte e o autor no plano moral, muitas vezes associado-o a filiações fortemente negativas como os terroristas, nazistas, fascistas, comunistas, anti-semitas, anti-sionista, etc.
A aproximação extrema do debunking é trazer o desmascaramento dos "desmascaradores" até as extremas consequências, ou seja, trazer a opinião pública até a conclusão de que tudo está podre, tudo é uma mentira, todos são ladrões, todos enganam.
Portanto, a verdade nunca poderá ser conhecida, e por isso é moralmente justificado deixar de preocupar-se de tudo e de todos.
É alcançado o egoísmo mais radical e desumanizante.
A frustração gera tensão e agressividade, e a agressividade pode ser descarregada contra a mesma pessoa que é frustrada ou contra uma pessoa ou objecto externo.
Quando esse tipo de frustração é generalizada em toda a população, o momento é propício para fundar um movimento e/ou organizar um ataque contra o inimigo.
No nosso mundo atormentado pela insegurança e frustração (criadas especificamente) é preciso um inimigo, um culpado, um bode expiatório (os terroristas, os ciganos, os imigrantes, etc).
Na nossa sociedade a difusão das substâncias psicotrópicas é enorme. Uma percentagem muito elevada de pessoas está a usar de forma regular e tem desenvolvido formas de dependências das drogas, álcool ou psicofármacos.
Dezenas de milhões de menores são literalmente drogados com fármacos psicotrópicos.
Os efeitos destas substâncias psicoactivas convergem para diminuir a liberdade de opinião, a resistência e de acção das pessoas e claro, aumentam a sugestionabilidade.
Na prática, a pessoa dependente do álcool ou das drogas ou dos psicotrópicos ou barbitúricos é muito mais maleável e controlável pelo sistema, o mesmo que vende estas substâncias. Aqueles que se ajudam e se acostumam à ajuda química, perdem a capacidade de autodeterminação.
Uma sociedade assim, não é uma sociedade livre.
Os medicamentos psicoactivos são difundidos com a complacência dos psiquiatras, das empresas farmacêuticas; o imenso mercado das drogas e do álcool é dirigido pela grande finança internacional e o fluxo dos "narco-dólares" em 60% tem lugar nos Estados Unidos, e tem fortes ligações com o tráfico de armas.
Ainda hoje o entretenimento cinematográfico tem importância em influenciar as massas?
A resposta é positiva.
Os filmes de propaganda no passado foram capazes de produzir verdadeiras obras-primas ("O Grande Ditador", "O Triunfo da Vontade", para citar alguns), mas também hoje o poder desta arma não está gasto: Hollywood docet.
O cinema tem uma função de vanguarda para transmitir um certo tipo de mensagem, e depois testa-lo e, uma vez passado, transferi-lo para o pequeno ecrã: a televisão!
Na prática, o filme prepara o terreno, preparar o corpo inteiro para o vírus, que depois serão injectados nos media de massa, como jornais, rádio e especialmente a televisão.
Sem que seja fácil perceber isso, o grande ecrã deixa filtrar nas dobras do guião e da realização a maneira de pensar de amanhã, e o seu grande poder de penetração fica no silêncio e na atenção.
Enquanto a televisão ajuda a falta de pensamento (também muito útil em alguns aspectos), na sala do cinema reina o silencio total e cada um fica sozinho, com a máxima atenção.
Técnicas de Manipulação Mental é baseado no livro Neuroschiavi: manuale scientifico di autodifesa, di Marco Della Luna e Paolo Cioni.
Fonte: Disinformazione
Tradução e adaptação: Informação Incorrecta
Baseado no livro: “Neuroschiavi: manuale scientifico di autodifesa” de Marco Della Luna e Paolo Cioni, Edições Macro (ISBN-10: 8862290276; ISBN-13: 9788862290272).