Take care... the big brother is watching you

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Tentar explicar o que são e como são praticadas as chamadas "técnicas de manipulação mental" numa sociedade quase totalmente controlada e manipulada como a nossa, não é tarefa fácil.

Felizmente, o livro escrito pelo advogado e psicólogo Marco Della Luna, juntamente com o neurologista Paulo Cioni vem em nosso auxílio.

Técnicas de manipulação mental

Afirmar que a nossa sociedade - como estruturada - é uma verdadeira gaiola mental, imediatamente agita os paladinos e os defensores dos direitos civis, que apresentam palavras como "liberdade" e "democracia", procurem imediatamente acalmar todos e, em particular, as consciências deles.

Talvez não entendem.
Talvez fingem de não entender que belas palavras como "liberdade" e "democracia" não significam muito e são exploradas pelo establishment económico-financeiro, apenas para dar a ilusão de não estar numa gaiola.

"Ninguém é mais escravo de quem pensa ser livre sem sê-lo." Johann Wolfgang von Goethe

Dizer às pessoas que são prisioneiras dum sistema é perigoso e contraproducente, porque pode desencadear motins e rebeliões, enquanto convencer os prisioneiros de ser livres e numa democracia, eliminar todas as formas adversa e qualquer tentativa de fuga.

O título de um livro do jesuíta Anthony de Mello ["Mensagem para um águia que acha ser uma galinha", NDT] a este respeito é interessante, porque se uma águia, que poderia facilmente voar livre no céu, cresce com a convicção de ser uma galinha, permanecerá sempre dentro do galinheiro. Seria capaz de voar, mas esse potencial (castrado pela sociedade) permanecerá latente para o resto da sua vida ou pelo menos até o "despertar"

Tinha compreendido esta ideia Edward Bernays, técnico de Propaganda, que no seu ensaio Propaganda em 1929, explica como foi apenas o advento das formas democráticas de governo e da chamada liberdade do indivíduo, juntamente com a industrialização, a produzir a necessidade (por parte da política e da economia) de governar, isso é, manipular o pensamento e o comportamento das massas, como eleitores e como consumidores.

É por isso que hoje a manipulação mental tornou-se uma ciência e uma tecnologia, na qual se investe mais dinheiro do que em qualquer outro campo da psicologia. E não só, a manipulação é essencial na vida diária e na estrutura do mundo em que vivemos.

Em tal cenário, onde a liberdade e o conhecimento são cada vez mais ameaçados, é essencial conhecer as ferramentas do ataque. Só com o conhecimento podemos defender-nos.

A importância da informação

A importância da informação está além de qualquer discussão. Informar, como o mesmo termo indica, vem de "em formar", ou seja, dar forma.
Mas dar forma a quê, se não a consciência?

Sem surpresa, todas as grandes ditaduras começaram sempre com o controlo dos meios de comunicação (os media), para moldar as mentes e as consciências das pessoas.

Hoje a maioria da comunicação não pretende fornecer uma informação objectiva, mas a influênciar a psique, sobre os gostos, as decisões dos indivíduos, dos consumidores, dos investidores, dos eleitores, etc.

A totalidade das pessoas, educadas na passividade da televisão e na preguiça mental desde a infância, não desenvolve a capacidade de manter a atenção de forma autónoma, se não está envolvida emocionalmente. Os manipuladores sabem isso muito bem e para transmitir as informações (comerciais, políticas, económicas, etc.) mantêm viva a atenção das pessoas actuando directamente na emotividade. Isto é chamado de entretenimento.

O paradoxo é que são as mesmas pessoas que pedem para ser entretidas e informadas e obviamente, o sistema satisfaz o pedido: informa (à sua própria maneira) através do entretenimento.

A importância dos media, como já mencionado, é enorme. Para efeitos de governação, particularmente nas sociedades baseadas no consenso, é essencial limitar, mas também de controlar e orientar a informação, a construção da representação ilusória do mundo da qual depende a produção e a gestão de consenso.

A informação por estes motivos é muito controlada: poucas agência de notícias, rigorosamente de propriedade privada e bancária, fornecem informações para quase todos os media (jornais, telejornais, rádio e internet).


Relaxamento e distracção para um melhor controlo

O relaxamento é a mais simples das condições mentais para aumentar a sugestibilidade.

Este estado pode ser induzido ao fazer que as pessoas se cansem fisicamente e mentalmente, ou com tarefas e discursos repetitivos ou com a distracção proporcionada pelos estímulos eróticos e/ou sexuais (bonitas mulheres semi-nuas que apresentam um programa ou vendem um produto, etc).

A música também desempenha um papel importante, porque pode ser muito doce para fazer sonhar ou pelo contrário, atordoar com o uso de ruídos ou sons violentos.

Se uma audiência relaxada (na frente da televisão) for alvo duma história com alguns conteúdos (a clássica história que vemos nos programas de entretenimento), obtemos a indução de um transe, em que é fácil fazer sugestões e em seguida, instalações mentais.

A distracção é sem dúvida, a estratégia príncipe implementada por meio da comunicação de massa.

Tecnicamente, ao distrair a atenção consciente (daí a acção do hemisfério cerebral dominante) duma pessoa empenhada em algumas actividades ou distraída com notícias e informações que são absolutamente inúteis, deixa o subconsciente (o hemisfério não-dominante) desprotegido, possibilitando a instalação de imagens fascinantes, notícias, histórias, etc.

Tudo o que é transmitido pelos media (televisão, jornais, rádio), sob o controle capilar que existe, é total distracção em massa.

As câmaras e os holofotes são centradas em questões totalmente "inúteis" para nós (a casa do partido no poder, os ciganos, os estupro, os crimes, os assassinatos em família, etc.), mas muito funcionais para o sistema, que desta forma não fornece as informações reais.

Enchem por assim dizer, a programação dos media para encher os nossos cérebros com o lixo, as fofocas, as bobagens e as outras amenas idiotices.

Quando o limite for atingido, já não há espaço para as coisas importantes.

Obediência ao Sistema

Cada establishment serio tem o seu arsenal de meios de dominação, cujo objectivo final é conseguir compliance, isso é, respeito e obediência, conformação do povo.

Dominar os outros significa obter compliance, mais ou menos voluntária.

Claro, melhor se voluntária, obtida através da manipulação (ilusão, persuasão, intimidação ou condicionamento), ao invés de imposta pela força (ditaduras, golpes de Estado).

A escola

Atingir as crianças para forma-las e condiciona-las está na agenda de cada Estado, liberal ou totalitário e democrático.

Habituar as crianças, por meio da execução de ordens repetidas ao longo dos anos pelos professores, a seguir as ordens das autoridades; a gratificação sistemática, a ausência de regras e comparações com a realidade, acabam por formar criaturas incapazes de auto-disciplina, totalmente dependentes e incapazes de se organizar.

Essas crianças serão os adultos corruptos e dependentes do exterior e portanto, mais facilmente manipuláveis.

Nas escolas, por um lado o ensino das disciplinas fundamentais é projectado para impedir a formação duma própria visão geral (história e ciência são dois exemplos triviais), por outro lado a tentativa é que as novas gerações não possam ter dúvidas de que o sistema de poder é democrático e legítimo.

A este respeito, o linguista americano Noam Chomsky escreve:
Dado que as escolas não ensinam a verdade sobre o mundo, as escolas devem usar a propaganda sobre a democracia com os aluno. Se fossem verdadeiramente democráticas, não haveria necessidade de bombardeá-los com banalidades sobre a Democracia

A conformação e o ensino do povo nos Estados Unidos é o exemplo perfeito. O dia "estrelas e listras" começa com o hasteamento da bandeira, continua com a execução do hino nacional, as orações colectivas e as exaltações patrióticas.
Toda esta "democracia" e "liberdade" do povo tornam os EUA surpreendentemente, o País mais provocador de guerra do mundo!

É óbvio que a escola não pode ensinar a verdade porque a verdade faz os homens livres!

Não surpreende portanto, encontrar nos actuais livros escolásticos comentários sobre as propriedades extraordinárias dos alimentos geneticamente modificados (OGM), e como estes irão resolver a fome mundial. Este é a mais pérfida e destrutiva propaganda do regime: ao fazer crescer as crianças de hoje com tais falsidades (facilmente demonstráveis) será muito mais fácil influencia-las como adultos, e este é apenas um exemplo banal.

A nossa sociedade deve ser composta não de homens livres, mas duma massa de trabalhadores-consumidores-eleitores na base, e dum pequeno grupo ou camada superior de líderes, jovens empresários, políticos e banqueiros.

Só estes últimos são levados a um nível privilegiado de conhecimento que lhes permitam continuar a dirigir a sociedade e manter o poder estabelecido.

A Neurociência

Para fazer lançar luz sobre a manipulação mental e como esta é aplicada, é necessário ter conhecimento das principais funções do nosso cérebro.

O cérebro é formado por dois hemisférios: direito e esquerdo.
Ambos processam e analisam os mesmos dados, a diferença é que o hemisfério esquerdo processa de forma linear ou sequencial, o direito processa os dados simultaneamente. Não só o direito fica calado (o centro da linguagem é para a esquerda) e deve contar com o hemisfério esquerdo para obter explicações racionadas, com vista às decisões a serem tomadas em função do material (imagens, sons, etc.) processado a cada momento; praticamente tudo tem de passar pela esquerda.

Crescemos com a convicção de terem nascido com um certo número de neurónios e que estes morrem lentamente sem voltar a nascer. As últimas descobertas da neurociência, pelo contrário, afirmam que os neurónios estão continuamente a formar novas sinapses, dissolvem as sinapses velhas e de forma modesta, no cérebro são formados novos neurónios, especialmente em certas partes do cérebro.

Este facto importante significa que a aquisição de novos conhecimentos, habilidades, comportamentos (por exemplo, aprender um poema, tocar piano, etc.) é possível também pela formação de novos circuitos e com um verdadeiro desenvolvimento das relativas áreas do cérebro.
Assim, aprender coisas novas, não só treina o cérebro, mas também cria e desenvolve zonas cerebrais. Por outro lado, ignorar essas faculdades, é produzido o declínio.

O nosso cérebro é capaz de processar uma quantidade incrível de informação: mais de 400 biliões de bits por segundo, mas estamos conscientes de apenas 200 bits.
Na prática, estamos cientes de meio bilionésimo do que acontece e chega ao nosso cérebro!

Deste ponto de vista, podemos, com algum esforço e empenho, exercitar e cultivar a capacidade intrínseca de estar conscientes em todos os momentos da vida, ou com preguiça, deixar que o encéfalo fique atrofiado.

Toda a indústria do entretenimento e da diversão (discotecas, álcool, drogas, etc.) trabalham duro para tornar agradável esta lenta mas inexorável atrofia e por outro lado, a política da escola tende a torna-la legítima aos olhos dos mais jovens.

Tudo isso porque uma população de indivíduos hetero-dirigidos (atrofiados no cérebro e na consciência) é muito mais manejável do que uma população de pessoas auto-dirigidas.

Outra importante coisa necessária para entender o quadro geral é que a maioria das coisas que fazemos nas nossas vidas de manhã à noite, são realizadas inconscientemente. Ao faze-las, não só não estamos conscientes de ser conscientes, mas não estamos sequer cientes de faze-las.
Este processo incrível será esclarecido com o exemplo das compras nos supermercados.

Em resumo: o nosso inconsciente grava e elabora muitos mais dados dos pelos quais estamos cientes; o processo de elaboração verbal, de raciocínio, de coordenação motora, sensorial enquanto estamos a falar (ou escrever ou conduzir ou tocar piano ou jogar futebol) não só é totalmente ou quase totalmente subconsciente, mas também é imensamente mais rápido da consciência.

Se é verdade, como é verdade, que noventa por cento do que fazemos é tratado de modo inconsciente, pôr as "mãos" nesta parte escura da nossa mente significaria ter um enorme poder de controle ...

A sensação de impotência

Outra estratégia intimamente ligada à questão do controle, é a enorme campanha mediática que infunde um sentimento de impotência. Uma verdadeira operação planeada que por um lado, está a habituar à sensação de sentir-se impotente, e do outro dessensibiliza a violência, desactivando qualquer reactividade emocional.

Como é que tudo isso é implementado?
Com o bombardeio de imagens e notícias violentas (assassinatos, massacres, destruição, brutalidade), sem nenhuma intervenção e/ou mudança para acabar com isso.

Porquê?
Uma vez habituados a aceitar a ilegalidade, a deterioração, o roubo, o crime, a insegurança do território, os gangues, a imigração selvagem e assim por diante, vistas como coisas inevitáveis e sem solução, ao mesmo tempo não temos espaço para pensar e reflectir, pois somos alvos de intermináveis tarefas extenuantes: tributação, subsídios, impostos, taxas, imposto de selo, revisão da caldeira, do carro, etc. ao ponto que não é possível para nós entender o que realmente está a acontecer e em particular, não podemos organizar-nos em conformidade.

A sensação de impotência, por meio da comunicação de massa, está a afectar a sociedade ocidental de maneira capilar, as pessoas já estão completamente apáticas e sem vontade de mudar.

Porque devemos mudar nós mesmos e as nossas vidas se não vemos a luz? se as expectativas são totalmente pretas?
Isso no entanto, congela e paralisa as consciências de milhões de pessoas, totalmente à mercê do Sistema.

Cognição e comportamento

Já vimos anteriormente que a escola está estruturada para condicionar, socialmente e culturalmente as crianças.

Temos de perceber que já na primeira infância são criadas falsas crenças acerca da realidade, os aspectos que mais nos afectam (relações com os Pais, as figuras de poder das quais dependemos).
Do ponto de vista psicológico, estes são sistemas falsos, censurados, distorcidos, não conformes com a própria realidade, com o fim adaptativo de evitar o sofrimento e conflitos com certos aspectos da realidade, fazendo-nos viver numa realidade subjectiva alterada, tornada compatível com as necessidades e as defesas da nossa psique e com a exigência de manter o acordo com as pessoas das quais dependemos.

Algumas práticas de manipulação, envolvem (se bem projectadas, é claro) estes mecanismos, as distorções e remoções que são os seus produtos e, especialmente, os campos do medo, da agressividade e do sexo.

Os manipuladores (que podem ser religiões, seitas, marketing e política) constroem com isso o adepto, o cidadão, o consumidor, o trabalhador.
Após as figuras do poder dos pais, sucedem ou são associadas as políticas, governamentais, judiciais, mas também os "testemunhos" da publicidade!

Publicidade

A publicidade comercial nasce nos Estados Unidos na década de 20 para produzir, dirigir e apoiar a procura de bens e serviços produzidos em massa pelas fábricas.
Em seguida, desde os meados da década de 50, a produção de bens excede em muito a procura, pelo que a publicidade começou a induzir as pessoas a massificar o consumo, criando verdadeiras necessidades.

Tudo isso para vender produtos.

Mais tarde, chegou a altura em que a produção excede o poder de compra, o rendimento. Esta situação é extremamente grave, do ponto de vista social e económico, porque os investimentos feitos para a produção estão em risco, porque a produção não vai ser comprada.
Daí o risco dum colapso sistémico e, portanto, o nascimento das formas para expandir o poder de compra, ampliando o acesso aos cartões de débito e crédito!

Nos anos 90, a comercialização torna-se "one-to-one": a personalização dos produtos e dos serviços, permitido pela tecnologia electrónica, consente de "seguir" cada cliente de forma que os estímulos sejam pessoais e direccionados.

Estamos a falar de publicidade personalizada, bem representada no filme de ficção científica "Minority Report".

O marketing publicitário, seja dum medicamento ou dum alimento, é sem dúvida o mais implacável e certamente mais científico sistema de condicionamento mental.
O objetivo é convencer-nos a comprar um produto.

Para a análise das reações e o estudo da psique, além dos testes verbais, o marketing de hoje tem um rico arsenal de ferramentas biofísicas (frequência e amplitude das ondas corticais, frequência cardíaca e respiratória, o consumo de oxigênio, a resistência da pele, tônus muscular, vasoconstrição periférica, etc.) capaz de medir o nível de excitação e atenção do sujeito.

A neurociência, neste contexto que podemos chamar neuromarketing, descreveu que a área do cérebro importante para a decisão (de comprar) é o córtex pré-frontal mediano.

É comum pensar aos anúncios da televisão ou dos jornais, como um clássico anúncio duma empresa.
Nada de mais errado.

Cada palavra, cor, carácter, frase, imagem, logótipo, pessoa usada, aos nossos olhos destreinados pode parecer acidental, mas não aos neurocientistas.
Esses especialistas (psicólogos, psiquiatras, sociólogos, neuro-psiquiatras, etc.), muito bem pagos, não apenas criam publicidade, mas verdadeiros condicionamentos capazes de produzir determinadas associações ou humores no espírito dos destinatários, ou seja, nós consumidores.

Frequentemente nas imagens publicitárias ou de propaganda são colocados "embeds", isso é, palavras ou imagens evocativas ocultas, não óbvias, não captados pela mente consciente, mas considerados captáveis pelo inconsciente.

Muitas vezes, essas palavras ou imagens escondidas, são estímulos sexuais: palavras como "sexo", "sex" ou imagens de órgãos sexuais, mulheres nuas, orgias associada ao produto anunciado.
Por um lado, para facilitar as decisões de compra e por outro, para desviar e portanto melhor controlar as massas. Interferir na sexualidade das pessoas (como em muitas religiões) é uma maneira segura e eficaz de agir sobre as camadas profundas da psique!

Se isso parece impossível, as palavras do Dr. Lechner sobre o que fazem alguns psicólogos e psiquiatras no contexto do alcoolismo, podem parecer ficção científica.
Sob o pretexto de ajudá-los a libertar-se da dependência do álcool, colectam informações acerca de pesadelos e alucinações que os pacientes experimentam, em particular quando param de tomar álcool, e as usam para planear a publicidade do álcool, com o pressuposto criminoso de evocar através das imagens angustiantes a necessidade de ingerir álcool!

Outra técnica "doce" de conquista sedutora consiste em induzir a crença de que a nossa liberdade está em perigo e que devemos tomar decisões rápidas.

"Estás satisfeito? Passa a Quattro Salti", diz a pubicidade televisiva.
Traduzido: "Concordas com a limitação às tuas aspirações de comer bem? És um idiota a fazer isso, porque podes satisfazer-las, livre dos limites, ao passar para Quattro Salti!".

A publicidade certamente não quer aumentar a nossa liberdade, mas restringi-la, levando a comprar um produto. Fazer pensar ao sujeito que a decisão deve ser dele e só dele, é um truque eficaz para predispor a decidir como desejamos que decida, no entanto deixando a ilusão da liberdade.

A vertente central da psicologia do marketing são os factores decisório: Motivational Research, pesquisas motivacionais.

A neurociência sabe que os homens não estão conscientes do porque eles fazem muito do que fazem. É por isso que as pessoas, achando o contrário, respondem ao estímulo condicionado do símbolo e não à qualidade real.

A publicidade, a técnica motivacional enfoca a manipulação dos símbolos.

Os consumidores são conquistados por sugestões sem lógica, não pela qualidade ou eficácia do produto, e essa é a lógica de marcas (produtos, muitas vezes medíocre, mas vendidos a preços elevados, por força duma marca-símbolo, exclusiva e só por alguns).

O sentimento de culpa relacionado com o prazer do consumo, como o tabaco, o álcool, os doces, dificulta o consumo e deve ser combatido, por exemplo, associando-o com valores positivos (como o médico que fuma, os nomes de álcool de protesto político "Fidel", "Cuba Libre", "calor da família" para a doçaria, etc ..)

Comparado ao produto artesanal, o bem da produção em massa é espectacularizado transforma-lo num símbolo.

Os supermercados, não surpreendentemente, são os lugares de concentração dum enorme poder de aprovação simbólica, isso é, um enorme poder de condicionamento da mente.

Dois terços das compras feitas em supermercados são desnecessárias e determinadas no local, sob a influência de estímulos locais, num estado psico-fisiológico alterado.
Foi estabelecido por uma pesquisa da DuPont Corporation, em 1954.
De facto, uma pessoa no supermercado é muito indefesa no que diz respeito à manipulação e às mentiras, e fica numa espécie de armadilha psicológica, que pode ser melhorada adicionando música e estímulos olfativos.

Entre todas as categorias de consumidores, as mais vulneráveis são as crianças, nas quais é fácil "instalar" necessidades, afiliações e hábitos.
Além disso, as crianças são muito mais ansiosas para coisas novas e menos capazes de resistir aos impulsos. São o elo mais fraco da família e o marketing aposta neles para incentivar os pais a desembolsar o dinheiro.

Com as crianças é mais fácil provocar ondas da moda que levam ao consumo de produtos relacionados e com funções diferentes.

A publicidade mira a mudança da paisagem cognitiva, a visão de mundo, dos valores, dos riscos e de vida, basicamente a publicidade é a fábrica da criação das necessidades imaginárias e de modas!

Mensagens subliminares

São mensagens que actuam abaixo do limiar da consciência, por isso são perceptíveis.

A visão humana só pode perceber a imagem dum filme se esta estiver presente em pelo menos 12 fotogramas. A Coca-Cola foi a primeira a inserir sequências de fotogramas mais curtas, com conteúdo da propaganda nalguns filmes.
Resultado: os espectadores expostos a esse tipo de publicidade consumiam 39% a mais de Coca-Cola.

Em 1978, em vários supermercados americanos, eram difundidos através dos altifalantes e com nível sonoro aparentemente inaudível, mensagens que convidavam a não roubar. Resultado: os roubos diminuíram 36%.
O presidente Gianni Agnelli, numa carta aos accionistas da Fiat, falava sobre mensagens subliminares com os quais "sonorizar" e odores estranhos com os quais "aromatizar" os estabelecimentos para aumentar a produtividade e "melhorar" a relação entre empresa e trabalhadores .

Também a frequência específica tem importância. Foi descoberto que as palavras de alguns pregadores da televisão estão acoplados a uma frequência de 7 Hz.
A frequência do "vibrado" parece ter um efeito sugestivo e alterante do nível de consciência e da capacidade crítica. Outra frequência crítica está perto dos 3,5 Hz, isto é, a frequência de ressonância do crânio humano.

Na década de 70 foi descoberto que a música pode induzir a secreção de substâncias opióides (encefalinas, beta-endorfina, etc.) que têm um significativo efeito sobre a psique, eufórico e anestésico. Assim, a música pode induzir falta de concentração e de consciência.
Também a televisão estimula a secreção das mesmas substâncias.

Associação e repetição

Uma iniciativa pouco aceitável como uma guerra, uma lei, uma tributação, etc. pode ser tornada menos pesada com uma denominação falsa mas semanticamente "boa", aceitável (luta contra o terrorismo, a democratização, libertação, segurança colectiva, a reestruturação, guerra humanitária, mísseis inteligentes, etc.) e repetida de forma persistente e continuada.

A repetição duma mensagem ou duma publicidade, se fôr repetida, se acontecer várias vezes ao dia, pode fazer absorver o conteúdo, as implicações da mensagem como se fossem factos comprovados, mesmo que seja verdade o contrário ("as armas de destruição maciça de Saddam, "as torres gémeas e Bin Laden", etc ..)

Da mesma forma, ao aplicar denominações odiosas, repulsivas (anti-semita, negador do Holocausto, revisionista, anti-sionista, terrorista, etc.) podemos obter o efeito oposto, de modo a atingir, deslegitimar, criminalizar acções, pessoas, ideias.

O princípio é sempre o mesmo: os input tendem a criar esquemas inconscientes nas pessoas.
Isso explica porque as crianças são criadas e educadas desta maneira.
Através da repetição sistemática e obsessiva das sugestões específicas, das actividades, das experiências; uma forma precisa de conceber a realidade, a nação, a história, a identidade, etc,

Crescer e repetir ou ouvir repetir dezenas de milhares de vezes estas mensagens, certamente afecta o nível emocional, de identidade e de cognição na construção do que depois será percebido como "real", "provado".

Pensamos na nossa sociedade, onde cada canal tem a sua série popular, apenas para fazer um exemplo, onde a polícia e a magistratura desenvolvem uma acção eficiente, incorruptível, no interesse dos cidadãos, enquanto a realidade apresenta uma criminalidade cada vez mais fora de controle e instituições cada vez menos eficientes.
Propaganda no seu melhor.

Restrições da linguagem

Consiste em impôr, por vários meios (ensino, televisão, etc.) de não utilizar frases ou conceitos, e de usar outras em substituição, geralmente mais vagas, imprecisas.

"Cego", "preto", "inválido", "varredor de rua" ou "homem do lixo" não soam bem, muito melhor "invisual", "negro", "diversamente hábil" ou "operador ecológico".

Mas para quê tudo isso?

A inibição da utilização linguística e conceitual, a formulação de certas dúvidas (Shoah, responsáveis pelo 11 de Setembro, etc.) é adequada para implementar nos jovens um sentido de proibição, de culpa em relação ao pensar em certas coisas, portanto educa a uma auto-limitação do pensamento.

Finalmente, um empobrecimento expressivo implica um empobrecimento conceitual!

Alterar as certezas

Quem quiser manipular uma pessoa, para induzi-la a comprar algo ou para dobrar a sua resistência a qualquer acção de persuasão, precisa de entregar muitos e novos estímulos para que a córtex pré-frontal trabalhe e fique cansado.
Depois tem de submerge-lo com dados, dogmas, slogans, etc. (como funciona a televisão) para que fique ainda mais exausto; e desta forma, o córtex pré-frontal deixa as rédeas do cérebro aos circuitos do cérebro límbico, mais primitivo e emocional, portanto, mais impressionável e vulnerável.

O córtex pré-frontal é afectado por produtos químicos tóxicos que podem danifica-lo, tais como drogas, álcool, toxinas de alimentos, mas também por fortes emoções, privação do sono, stress cronico; e uma dieta rica em gordura animal pode tornar as pessoas mais vulneráveis perante manipulações externas.

Ironicamente, dar às pessoas a liberdade de levar uma vida desregulamentada, não natural, torna mais fácil cancelar a liberdade mais profundamente do que seria possível sem aquela permissão.

Doutrina de choque e pavor

A assim chamada "doutrina de choque e pavor" passou a ser aplicada numa escala global.

Ao colocar as pessoas e populações inteiras em estado de choque, é possível produzir o seu consentimento para uma mudança, alterar leis, restringir liberdades, etc.

O exemplo das Torres Gémeas, das leis repressivas e das guerras que ocorreram depois deste acontecimento é espectacularmente evidente.
Exploram o elemento surpresa e de terror como um enorme factor de distracção e paralisia de massa, inibidor das possíveis reacções e resistências.

O choque é muito genérico e pode ser produzido a partir de catástrofes naturais (epidemias, terramotos, pandemias, etc.), factos económicos (recessões, crises, crash da bolsa, falências, etc.) e políticos (guerras, golpes de Estado, etc.).

Um exemplo são os dias de "matrícula alternadas" para o mero propósito de economizar energia.

A ordem gera nas pessoas alarme e a preocupação de não poder usar o próprio carro, de perder este importante recurso, e cria um forte desejo de aceitar fortes e injustificados aumentos do preço do combustível, apenas para mantê-la!

Outro exemplo da doutrina do "choque e pavor" podem ser apagões que afectaram o País há alguns anos atrás, e cujas soluções seriam as centrais nucleares.
Esse caso também se enquadra no chamado modo de estratégia "problema-reacção-solução".
Tendo em mão a solução (as centrais nucleares), é criado o problema (o black-out) e aguarda-se a reacção (quase sempre emocional) das massas, que aceitam de bom grado qualquer proposta de solução para evitar o inconveniente.

Debunking

O debunking, ou descrédito, é uma forma de manipulação que consiste no refutar, no desmontar, teorias e informações que vão contra o pensamento oficial dominante. Ou desacreditar quem fala dessas teorias e informações.

O debunker (a pessoa que prática debunking) ataca a contra-informação com mensagens simples, discursos, principalmente a um nível emocional, com "golpes" dirigidos para o inconsciente, ao invés da lógica.

Estes ataques não têm como alvo o conteúdo, as ideias, mas o objectivo é desacreditar a fonte e o autor no plano moral, muitas vezes associado-o a filiações fortemente negativas como os terroristas, nazistas, fascistas, comunistas, anti-semitas, anti-sionista, etc.

A aproximação extrema do debunking é trazer o desmascaramento dos "desmascaradores" até as extremas consequências, ou seja, trazer a opinião pública até a conclusão de que tudo está podre, tudo é uma mentira, todos são ladrões, todos enganam.
Portanto, a verdade nunca poderá ser conhecida, e por isso é moralmente justificado deixar de preocupar-se de tudo e de todos.

É alcançado o egoísmo mais radical e desumanizante.

Quem encontrar um inimigo encontra um tesouro

A frustração gera tensão e agressividade, e a agressividade pode ser descarregada contra a mesma pessoa que é frustrada ou contra uma pessoa ou objecto externo.
Quando esse tipo de frustração é generalizada em toda a população, o momento é propício para fundar um movimento e/ou organizar um ataque contra o inimigo.

No nosso mundo atormentado pela insegurança e frustração (criadas especificamente) é preciso um inimigo, um culpado, um bode expiatório (os terroristas, os ciganos, os imigrantes, etc).

Dependências química

Na nossa sociedade a difusão das substâncias psicotrópicas é enorme. Uma percentagem muito elevada de pessoas está a usar de forma regular e tem desenvolvido formas de dependências das drogas, álcool ou psicofármacos.
Dezenas de milhões de menores são literalmente drogados com fármacos psicotrópicos.

Os efeitos destas substâncias psicoactivas convergem para diminuir a liberdade de opinião, a resistência e de acção das pessoas e claro, aumentam a sugestionabilidade.

Na prática, a pessoa dependente do álcool ou das drogas ou dos psicotrópicos ou barbitúricos é muito mais maleável e controlável pelo sistema, o mesmo que vende estas substâncias. Aqueles que se ajudam e se acostumam à ajuda química, perdem a capacidade de autodeterminação.

Uma sociedade assim, não é uma sociedade livre.

Os medicamentos psicoactivos são difundidos com a complacência dos psiquiatras, das empresas farmacêuticas; o imenso mercado das drogas e do álcool é dirigido pela grande finança internacional e o fluxo dos "narco-dólares" em 60% tem lugar nos Estados Unidos, e tem fortes ligações com o tráfico de armas.
Cinema e televisão

Ainda hoje o entretenimento cinematográfico tem importância em influenciar as massas?
A resposta é positiva.

Os filmes de propaganda no passado foram capazes de produzir verdadeiras obras-primas ("O Grande Ditador", "O Triunfo da Vontade", para citar alguns), mas também hoje o poder desta arma não está gasto: Hollywood docet.

O cinema tem uma função de vanguarda para transmitir um certo tipo de mensagem, e depois testa-lo e, uma vez passado, transferi-lo para o pequeno ecrã: a televisão!

Na prática, o filme prepara o terreno, preparar o corpo inteiro para o vírus, que depois serão injectados nos media de massa, como jornais, rádio e especialmente a televisão.
Sem que seja fácil perceber isso, o grande ecrã deixa filtrar nas dobras do guião e da realização a maneira de pensar de amanhã, e o seu grande poder de penetração fica no silêncio e na atenção.

Enquanto a televisão ajuda a falta de pensamento (também muito útil em alguns aspectos), na sala do cinema reina o silencio total e cada um fica sozinho, com a máxima atenção.


Técnicas de Manipulação Mental é baseado no livro Neuroschiavi: manuale scientifico di autodifesa, di Marco Della Luna e Paolo Cioni.

Fonte: Disinformazione
Tradução e adaptação: Informação Incorrecta
Baseado no livro: “Neuroschiavi: manuale scientifico di autodifesa” de Marco Della Luna e Paolo Cioni, Edições Macro (ISBN-10: 8862290276; ISBN-13: 9788862290272).

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